quinta-feira, 9 de maio de 2013

Bebo no teu sê (men) tua semântica

Hoje eu acordei indócil como são os animais que clamam pelo gozo semântico.

Dos que querem beber o líquido quente e viscoso que o verbo derrama no ventre da poesia e se encontra nos cantos de um romance.

Indócil de energia represada, desse ardor inclemente, da vontade da palavra molhada pregada na língua do poeta.
(E essa intimação para o passeio lúbrico entre as frestas).


Indócil e fácil, súbito e assumidamente oferecido. Daqueles que se despem salivando penetrâncias. Crestado como flor ao sol enxugando-se do orvalho. Planta carnívora, cigano marcando o saruel, cowboy balançando ao ritmo das cavalgadas.

Suor íntimo de mar, um cheiro fresco de mato. Banho de flores de lis vermelhas, recendências de almíscar, sinfonia de gemidos. Indócil de tanta força entre as pernas, predador consumindo a presa entre as coxas. Mordidas e sugadas pairando no suave toque do teu corpo.
(Cravo as minhas unhas na tua cor de canela).

Dispenso pontes, despeço pudores, despisto a distância e atravesso a nado o rio que abraçou nosso saveiro.
Porque hoje eu acordei indócil dessa vontade de tê-lo... "Que seja, doce desejo".


Baseado no poema de Marla de Queiroz. Inspirado na própria fonte do autor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário