sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Premissas



Não importa onde parei,
em que momento da vida eu cansei,
o que importa: sempre é possível, sempre é necessário "recomeçar".

Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo e as externalidades.
É renovar as esperanças na vida e o mais importante: acreditar em você de novo.

Sofreu muito nesse período?
Foi aprendizado.

Chorou muito?
Foi limpeza da alma, para lavar a sujeira.

Ficou com raiva das pessoas?
Foi para perdoá-las um dia.

Sentiu-se só por diversas vezes?
É porque fechou a porta até para os outros.

Acreditou que tudo estava perdido?
Era o início da tua melhora.

Pois é!
Agora é hora de iniciar, de pensar na luz, de encontrar prazer nas coisas simples de novo.


Que tal um novo emprego?
Uma nova profissão?
Um corte de cabelo arrojado, diferente?
Um novo curso, ou aquele velho desejo de aprender a pintar, desenhar, dominar o computador, ou qualquer outra coisa?


Percebo quanto desafio!

Quanta coisa nova nesse mundão de meu Deus me esperando.

Tá se sentindo sozinho?
Besteira!

Tem tanta gente que afastei com o meu "período de isolamento", tem tanta gente esperando apenas um sorriso meu para "chegar" perto de você.

Quando nos trancamos na tristeza nem nós mesmos nos suportamos.
Ficamos horríveis.

O mau humor vai comendo nosso fígado, até a boca ficar amarga.

Recomeçar! 


Hoje é um bom dia para começar novos desafios. Amanhã será um dia para começar a sentir sensações diferentes.


Onde quero chegar?

Ir alto.


Sonhar alto, queira o melhor do melhor, queira coisas boas para a vida, pensamentos assim trazem para nós aquilo que desejamos.


Se pensarmos pequeno,
coisas pequenas teremos.




Já se desejarmos fortemente o melhor

e principalmente lutarmos pelo melhor,

o melhor vai se instalar na nossa vida.




E é hoje o dia da Faxina Mental.




Joga fora tudo que te prende ao passado,

ao mundinho de coisas tristes,

fotos,

peças de roupa,

papel de bala,

ingressos de cinema,

bilhetes de viagens,

e toda aquela tranqueira que guardamos

quando nos julgamos apaixonados.

Jogue tudo fora.

Mas, principalmente,

esvazie seu coração.

Fique pronto para a vida,

para um novo amor.




Lembre-se somos apaixonáveis,

somos sempre capazes de amar

muitas e muitas vezes.



Afinal de contas,

nós somos o "Amor".

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Em busca da felicidade


Além desses traços físicos,

Deus nos deu um dom que nos diferencia e nos define.


Cada um tem o seu, mesmo que não o reconheça.

É só uma questão de desenvolver - tirar a capa que o envolve e fazê-lo via à luz.


O problema é que em vez de nos voltarmos para aquilo que é único em nós, fazemos justamente o contrário, buscando nos assemelhar àquilo que nos vendem como modelo.


Modelos de beleza. Modelos de sucesso. Modelos de felicidade.

... Isso tudo é uma tremenda bobagem!




Não existem modelos prontos; cada um de nós, com aquilo que temos de único, precisa confeccionar no dia a dia o modelo que deseja vestir na vida.


Os budistas não acreditam em felicidade. Eles buscam uma vida de plenitude. Ter uma vida de plenitude significa estar inteiro no que você está vivendo ou fazendo, sem ficar preso ao passado nem preocupado com o futuro. Levar uma vida plena tem a ver com manter o vínculo com algo maior no momento presente, algo que nos transcende. Mas como nos ligar ou religar àquilo que nos transcende (esse é o propósito de todas as religiões) se não conseguimos nos desligar daquilo que serve apenas para roubar nosso tempo?


Quantas vezes, em uma caminhada no parque - momento que deveria ser apenas seu -, o celular o acompanha e você permanece o tempo todo conectado com os negócios e absolutamente desconectado de seu interior? Ou, em um almoço de família, em vez de curtir o momento e dar atenção às pessoas, você fica preocupado com a reunião difícil que terá no dia seguinte?"




Mostre que as coisas simples são essenciais nas nossas vidas e, assim,

a vida segue sem preocupações!

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Sem Rumo

Em nossas loucas tentativas, renunciamos ao que somos pelo que esperamos ser.

Eu estou sempre fazendo aquilo que não sou capaz, numa tentativa de aprender como fazê-lo.

Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te.
Se me esqueceres, só uma coisa, esquece-me bem devagarinho.

Quando um sonho dá errado sempre nos restará outro sonho para sonhar.

Todos os dias eu morro.
E, junto comigo, morrem também os meus esforços, minhas tentativas, meus fracassos e até as minhas vitórias. Felicidade é saber que em cada amanhecer eu torno a viver, e sempre posso ser melhor do que eu fui antes.

Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo de lembrar que te esqueci?

Meus pêsames, coração!

Poderia começar escrevendo um conto feliz,
Mascarar os últimos acontecimentos,
Ser mentiroso comigo mesmo

Poderia começar falando das rosas do jardim,
Poderia começar recitando Fernando Pessoa num dia pacato como hoje,
Poderia começar a ditar as frases mais belas de superação que uma pessoa especial diria para dificuldades tolas como essa

Poderia, mas, não consigo
Não consigo, porque, antes de falar, escrever, recitar, ditar, eu preciso andar e começar a colher
Colher os pedaços soltos de um coração partido



O amor é o veneno da realidade
Veneno que camufla e faz doer internamente
a se confundir com um ataque cardíaco...

Preciso receber socos para que possa voltar a ficar são
Preciso receber tapas para que a embriaguez amorosa se esvai e se dissipa
Preciso receber empurrões para que eu caia e consiga me levantar depois



Estar sozinho
É a solução que tenho que admitir, não é o por quê eu quero,
Mas, a tentativa de ainda tomar seus pedidos para mim, como se eu o estivesse satisfazendo...

Abrir mão de um futuro planejado, de uma casa feita, de móveis e decorações colocados, de promessas trocadas, de uma intimidade invadida, de um olhar profundo, de um toque dos seus dedos sobre mim...
A minha solução, diante disso: recomeçar!


domingo, 15 de junho de 2014

Disfarce

É engraçado como meus sonhos e metas crescem numa proporção bem maior que você os vê...
É engraçado como meus desejos são diferentes dos seus...
É engraçado como você tem medo ainda de namorar, viver junto, estar junto, crescer juntos, união...
É engraçado que, por mais recente, é tarde dizer "chega" ou "não quero mais"...
É engraçado como você e eu fomos audaciosos...
É engraçado como você me cativou e, assim, eu o cativei...

É engraçado como você assimila o espírito conjunto nesse seu mundo só seu, em que o egoísmo domina e tudo, que você supõe estar certo, só está certo nesse seu mundo...
É engraçado como você vive o presente por experiências passadas; e eu, vivo o presente pensando no futuro...
É engraçado como você sonha sem dar os primeiros passos...
É engraçado como você quer crescer só com sonhos e, como eu quero crescer só com vontades...
É engraçado como você mudou e tem mudado...

É engraçado como você me ignora, mesmo querendo saber o que estou fazendo, onde estou ou como estou...
É engraçado como você sente quando eu mudo...
É engraçado como você, em momentos de fúria, fala sem pensar, fala o que quer, fala besteira sem ao menos sentir se vai machucar a mim ou as consequências disso...
É engraçado como você é rude sendo carinhoso, ignorante sendo romântico, chato sendo presente, idiota sendo engraçado...

É engraçado como você, depois disso tudo, ainda quer viver do meu lado, ainda me abraça dormindo, ainda cruza as suas pernas nas minhas, ainda se preocupa nas minhas refeições, ainda quer saber como estou, ainda me quer...

É engraçado que eu, também, o quero bem perto de mim!

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Negligência de uma Rotina

Difícil, difícil, é narrar a monotonia do Amor. O Amor não se força, não se escreve sozinho, antes deixa que o narrem com tempo, com serenidade e carinho. O sentimento Amor é vivido conjuntamente e lealmente. 


Amor é palavra que brota do silêncio quando ninguém se atreve a falar. 
Amor é um relato que não se estuda ou decora, antes se veste como um mérito, uma bênção reclamada espontaneamente pela cumplicidade, lealdade, convicção e enamoramento. Não se sabe de onde vem ou como e quando se começa a instalar, mas a verdade é que a sua força é devastadora e difícil de ignorar.


E eu, aqui, apaixonado, com o coração repleto de amor, com os olhos abertos para um mundo mágico que nem sabia existir, consciente de tudo quanto me rodeia, a viver sob um céu mais azul desde que te conheço, constato, agora, a dificuldade que é narrar a monotonia do amor. 


No Amor, não interessa se é o primeiro, ou o melhor; nunca se é o único. 

Por isso, lealdade, ao contrário, de fidelidade! 


O Amor é singelo e é essa humildade e generosidade, esse altruísmo que se renova constantemente em sorrisos naturais e espontâneos que se pode arrogar o mérito de ser alicerce dos amores mais genuínos, mais verdadeiros.


O Amor resgata-nos à solidão e renova-nos o ser. O Amor resguarda-nos e, ao mesmo tempo, projeta-nos refletindo o melhor de nós. O Amor torna-nos mais doces, ao mesmo tempo que nos torna mais fortes. O Amor projeta-nos a alma, que escondíamos na timidez e no conforto da nossa imaginada consciência de ser. O Amor enaltece as grandezas que nos rodeiam e torna-nos melhores. 

Somos melhores com o amor!!

O Amor é mais difícil de escrever que a monotonia da serenidade não se gosta de exibir, mas, a verdade, é que não me canso disso...


A integridade dos sentimentos reforça-nos o ser, pois que, ainda que ninguém o consiga explicar, o amor, sim, é uma história mais difícil, porém, igualmente digna de se ler.


.


Amanhã será outro dia...

Um dia após o outro e, após outro...

Não é difícil escrever as tristezas. Difícil é tolerá-las, aguentar calado e deixar cair na rotina...


Rolam como lágrimas desalmadas que, aconchegadas no canto do olho, saltam para o mundo sem pudor. Rolam como um grito calado - por trás de um travesseiro - para que o mundo não lhe note ou, talvez, seja confundido com uma buzina confusa misturada ao tráfego de uma tarde noite...


A angústia escreve-se sozinha, não chega a ser uma espécie de relato, antes um lamento, que se ouve baixinho, e ao longe como quando se vela o infortúnio.
A dor dispara para todos os lados, sem olhar a quem, apenas sabe que se suporta melhor acompanhada e, oferecida, gosta de exibir os dotes sem deixar ninguém indiferente.


Escrever tristezas é como soltar a alma para os dedos e deixar que estes projetem o que não conseguimos calar. Possuindo e personificando vida. Há uma facilidade arrebatadora em nos rasgarmos em pedaços e, em seguida, soltarmos ao vento todos os fragmentos da nossa dor. O dilema menor da tristeza é como se espalhar, como persistir.  Crescemos cicatrizados, mas a dor retorna! Não há serenidade na dor, antes um resignado definhar ao tumulto dos medos e ansiedades que nos habitam às sombras.


Dilacerados sabemos que sobreviveremos. E, que as desgraças têm sempre prazo de validade. 



.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Ao "Final Feliz", minhas desculpas!



Eu discordo!
Discordo dessa história de que só é amor se for para sempre...


Digo: quem estabeleceu um limite para paixão e amor?
É sensato que paixão é uma forma de prazer instantâneo e amor é a forma de prazer duradouro, eterno. 
Quando um sentimento é gradativo e constante, talvez, a paixão esteja se comprometendo demais e, assim, o amor aparece. Pode até viver para sempre, ali quietinho em algum canto do peito, porém, é sensato que o momento ocorreu num passado. O sentimento vive.

Contudo, histórias começam e terminam e não é justo dizer que não houve amor. Não é justo achar que elas não deram certo ou que era a pessoa errada. Afinal, quem sou eu para julgar algo!
O amor da sua vida, nem sempre é a que você casa e forma uma família. Nem sempre. Porém, não quero entrar em detalhes de aspectos etimiológicos, é preciso adaptação, além do propriamente dito, sentimento. Pessoas se perdem, pessoas se encontram, é natural. 

Tropeços? Todos temos! Por isso, adaptação. A solução: engolir sapos! Engula quantos forem preciso!Apaixonar-se e depois "descartar" não é algo sucestível de comprovar amor, seja por qualquer motivo, porque não houve compatibilidade de pensamento, ou não houve confiança, ou, quando começou a morar junto, pode comprovar que a meia suja de outro(a) jogada no seu travesseiro era sinônimo de intolerância. Há quem diga o teste dos três meses, outros falam mais. Mas, o que importa não é a frequência e períodos que você passou com determinada pessoa, e sim, quão profundo foi o que você sentiu ou sente.
Por outras, falaria aqui para lutar pelos seus sonhos e ir fundo para mostrar o quanto você gosta dele/dela. Apenas, reflita e, dedique-se a viver sua vida! Viva! 

Eu acredito em amor com alguns poucos meses de relacionamento. Também, acredito em uma relação de amor que foi construída em anos. Amores mais bonitos do que alguns de anos, amores de outras vidas, escorrendo pelos poros. Sem esse papo de que tudo recente é paixão e amor é rotina. 


Paixão é carne, amor é alma, independente do tempo. 


Odeio quem teima em rotular o que o outro está sentindo, mal sabe o que é quem tem no peito, na cabeça ou nos sentimentos. 
Tudo que nos faz feliz dá certo, mesmo que por um dia, uma semana, um mês. Tudo faz crescer, deixa o jardim mais bonito no fim das contas. Lógico, saiba conduzir o "seu jardim". Só nascerão frutos bons e gostosos se você possuir uma identidade forte e consistente. E quem é esse tal de pessoa certa, afinal?
Ninguém é errado, somos todos vítimas de encontros e desencontros. Seu certo não me agrada e vice-versa. 
Há os que possuem mania feia de jogar tantos dias incríveis no lixo, isso em segundos! Depois, a mágoa chega. Fez-te chorar, mas te fez sorrir tanto, foi bom enquanto durou, foi certo e só, foi. Só passou e isso não quer dizer nada. Estupidez!

Sou da mania chata de relacionar amor com contos de fadas e o maldito feliz para sempre. Preciso aceitar a realidade! Normalmente, parece que a felicidade e o amor não andam de mãos dadas...
Afinal, a utopia do "Final Feliz" não é enquadrada em nenhuma realidade. Só quando um companheiro morre e o outro vive, ou os dois morrem. Igual a vida de meus avós! Foram muito fofos.



Se Amor se relaciona com Felicidade, então, sem complemento, sem prazo. Nem sempre, sem fim.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

A inconstância do (m)eu



é estranho, é normal
é comum, é usual
mais inconstante constantemente
melhor mudança parcialmente


Faço o que quero
Digo o que penso
Pode ser tranquilo, pode ser tenso
Duas pessoas em uma, lero lero


Viro a cabeça
Preciso entender
É uma pessoa avessa
A inconstância e o amor não vão querer


deixo acontecer mudanças
realizo mudanças
quero e não quero
no fim, há esperanças





terça-feira, 15 de abril de 2014

Tomar suco com você...


...é ainda mais divertido que ir a Ipanema, Copacabana, confeitaria Colombo, Arpoardor, Leblon
ou ter o estômago cheio de borboletas após caminhar contigo na Tijuca
em parte porque nesta camisa laranja você me parece um Malandro melhor mais feliz
em parte por causa do meu amor por você, em parte por causa do seu amor por música
em parte por causa das rosas vermelha, amarela e branca cercando o ar de nossa sala
em parte por causa do mistério que nossos sorrisos vestem diante de gente e estatuaria
é difícil de acreditar quando estou com você que pode haver algo tão imóvel
tão solene, tão desagradavelmente definitivo quanto estatuaria quando bem em frente
no ar quente das sete da noite em nosso aconchego nós vagamos em círculos um entre o outro,
bailando, dançando, rindo,
sem parar como uma árvore respirando por suas oftálmicas

e a exposição de retratos parece não ter qualquer rosto, só tinta
você de repente pergunta-se por que diabos alguém deu-se ao trabalho de fazê-los
.................................................................................eu olho
você e preferiria olhar você a todos os retratos do planeta com exceção
talvez do Auto-Retrato todo cubista com corrente de ouro de vez em quando que está em um corredor de um museu
a que graças aos céus você ainda não foi, então, podemos ir juntos pela primeira vez
e o fato de que você se move tão lindo resolve mais ou menos o Futurismo
assim como em casa eu nunca penso no Nu Descendo uma Escada ou,
num ensaio, um único desenho de Da Vinci ou Michelangelo que antes me boquiabria
e de que adianta aos Impressionistas toda a sua pesquisa
quando eles nunca conseguiam a pessoa certa para encostar-se à árvore ao pôr-do-sol
ou a propósito no quadro de Steve Walker se ele não escolheu o cavaleiro com o mesmo cuidado
.................................................................................que o cavalo

é como se eles tivessem sido fraudados em alguma experiência maravilhosa
que eu não pretendo desperdiçar o motivo pelo qual estou aqui falando tudo isso para você

mas acreditaria e seria melhor se utilizasse você
 fosse minha ânsia
minha inquietude meus seus traços
para poder mostrar-lhes
de sua silhueta








[Adaptado do poema de Frank O'Hara.]

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Mutação lírica


Não sou bom com frases prontas ou textos pré formulados, gosto de faze-los a seu tempo, sem pressa, sem pressão, sem receita, sem modelo a seguir...

Sou bom com números exatos, já, aqueles desconfiados, em que se supõe que o resultado não seja aquele, eu retomo. Retorno e enfrento até pedir um cigarro e um chiclete para acalmar.

Não sou bom com morais de histórias, apesar das minhas estórias serem algo moral e ético a discutir com a sociedade.

Gosto do que me tira o fôlego, aquela angústia por mais e mais...
Uma vontade que não para.


Venero o improvável e subestimo o impossível. Almejo quase sempre o impossível.


Visto meu sonho, coloco foco por  cima, calço meus objetivos e ando com minhas metas a pé.

Tenho um ritmo que me complica. Quase sem tempo.

Uma palavra que não dorme, não relaxa, não desvia.

Quer um bom desafio? 
Experimente gostar de mim. Não sou fácil. Por vezes, sou conhecido por "chato". Eu viro e me transformo no "chato" e meio. Para você.

Não coleciono inimigos. Quase nunca estou para ninguém. 

Mudo de humor conforme a lua. Afinal, sou de Gêmeos, péssima referência, porém, quando se lê a respeito, tudo se encaixa. Sustentar duas almas divergentes num corpo aderente por mudanças não é fácil, concordo. Irrito-me fácil, por outro lado, meu riso aparece constantemente.

A minha tristeza é deixada para meu eu-lírico, enquanto o meu eu-pessoa já aprendeu a sorrir. Porém, tudo se mistura ao mesmo tempo.

Se assim o sou, saiba que, também, tenho o desassossego dentro do bolso e um par de asas que nunca estão confortadas. Às vezes, quando é tarde da noite, eu viajo. Com ou sem ajuda de objetos lícitos e ilícitos - moralmente falando. E - sem saber - busco respostas que não encontro aqui ou ali.

Ontem, eu perdi um sonho. Hoje, acordei chorando. Amanhã, estarei sorrindo.
Um dia, quando menos me espera, eu me supero e vou formando uma identidade.

A verdade é que, nessa vida, nos transformamos e isso é um ato gradativo. Seja um pouco hoje, seja nada amanhã pela manhã. 

Muitas ideias e ideais. 

Cheguei em casa ...

... e troco minha vestimenta.

terça-feira, 8 de abril de 2014

O meu jeito


Esqueço do seu jeito e renovo minhas curvas, minhas manias, minhas ideias...
Vejo a cama amassada, você deitado e lembro da briga de ontem.


Desobedeço a pressa e me demoro criando um verso torto pra nossa história ida. Crio e recrio, mas os versos são meus para uma história que será minha e não mais nossa.

Desembaraço meus cabelos com os dedos pontiagudos do teu desprezo.
"Desrestabeleço" as regras que você criou pra não me ver e apareço nu a tua porta numa dessas madrugadas frias. E deixo você tenso quando tento, argumento, deito ao lado. Diz um não cheio de sim e deixa: me abraça todo contrariado. A vontade possui, porém fica escondida atrás dessa tua ignorância e soberba ridícula.

Fico rouco pra sussurrar no teu ouvido melodias eróticas. Por que você não me quer ainda? Preciso fazer o que? Materializar o vulgar?

Se eu danço dentro dos teus olhos e embaço tuas retinas de desejo... Espalho sorvete no seu corpo, misturo aos granulados e sorvo inteiro o líquido já arrepiado.

Sua mágoa tola respinga em mim e eu não ligo. Se é o desejo que faz minha boca macia pra você beijar... E é no suspiro do último prazer que eu me contorço inteiro em chamas azuis...

Rabisco clavas de sol com a língua no seu sexo ereto e engulo o seu ressentimento leitoso.

Você geme forte e nada diz.
E é nesse intervalo silencioso, que bebo no teu sêmen tua semântica.

Vou embora porque é de idas que é feito o amor frouxo, e é com voz flácida que é feito o adeus que eu nunca quero dizer, mas sempre digo... 

E só pra que não fiques sem resposta, já que não dizes nada, deixo o adeus pregado ali: do lado de fora da tua porta. 

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Mudanças

Caminho, caminho sem pressa, sem horizonte, sem destino
Apenas, caminho
Ontem, tinha pressa, ansiedade por resolver as coisas
Inquietude por soluções


Hoje, deixo as ondas frias baterem
Despreocupado, quieto,
Apenas, observo
Desapontado, quem sabe
Por saber da resposta, por saber do piso incerto
Mas, ainda estaria sendo ansioso, inquieto,
ainda assim, com consciência, de que um passo dado não será retomado...



Desta vez eu sigo, mas sem olhar para trás

Encaixoto minhas coisas, guardo as melhores lembranças, reciclo os melhores livros, tantos livros, tantos sentimentos, tantas roupas, tantas sensações, tantos papéis, tanta saudade.


Saudade da não responsabilidade, saudade da ingenuidade, saudade das saudades
Não pertenço mais a esta casa, não pertenço mais a lugar nenhum
Alguma coisa em mim clama por mais,

por mais aprendizado, por mais ação, por mais emoção,
por mais e mais, já que o que aprendi já dominei.
E ainda há tanto o que melhorar, tanto em que se aperfeiçoar


E ainda há tanto espaço para o que não sei

Apenas, sigo

Sei que terei que fazer escolhas
Dessas, já escolhi muitas e ainda têm muitas por vir

Também, sigo, com frio no estômago,
Sigo pelos caminhos que a vida teceu: com todas as mudanças bruscas, algumas coisas sobreviveram, mas, algo em mim mo
rreu.

Ainda, acompanham-me a esperança entusiasmada,
Alguma gratidão, e
O amor por tudo, sempre.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Os gestos falam por si

Quer coisa melhor do que poder ficar quieto ao lado de alguém, sem que nenhum dos dois se atrapalhe com isso? 

Não é pela ansiedade que se mede a grandeza de um sentimento. 


Sentar, ambos, de frente pra lua, havendo lua, ou de frente pra chuva, havendo chuva, e juntos fazerem um brinde com as taças, contenham elas vinho ou café, a isso chama-se trégua. 


Uma relação calma entre duas pessoas que, sem se preocuparem em ser modernos ou eternos, fizeram um do outro seu lugar de repouso.



Preguiça de voltar à ativa? 
Muitas vezes, é. 



Mas também, vá saber, pode ser amor.