segunda-feira, 9 de junho de 2014

Amanhã será outro dia...

Um dia após o outro e, após outro...

Não é difícil escrever as tristezas. Difícil é tolerá-las, aguentar calado e deixar cair na rotina...


Rolam como lágrimas desalmadas que, aconchegadas no canto do olho, saltam para o mundo sem pudor. Rolam como um grito calado - por trás de um travesseiro - para que o mundo não lhe note ou, talvez, seja confundido com uma buzina confusa misturada ao tráfego de uma tarde noite...


A angústia escreve-se sozinha, não chega a ser uma espécie de relato, antes um lamento, que se ouve baixinho, e ao longe como quando se vela o infortúnio.
A dor dispara para todos os lados, sem olhar a quem, apenas sabe que se suporta melhor acompanhada e, oferecida, gosta de exibir os dotes sem deixar ninguém indiferente.


Escrever tristezas é como soltar a alma para os dedos e deixar que estes projetem o que não conseguimos calar. Possuindo e personificando vida. Há uma facilidade arrebatadora em nos rasgarmos em pedaços e, em seguida, soltarmos ao vento todos os fragmentos da nossa dor. O dilema menor da tristeza é como se espalhar, como persistir.  Crescemos cicatrizados, mas a dor retorna! Não há serenidade na dor, antes um resignado definhar ao tumulto dos medos e ansiedades que nos habitam às sombras.


Dilacerados sabemos que sobreviveremos. E, que as desgraças têm sempre prazo de validade. 



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