A vida, às vezes, é estúpida. É uma senhora que manda
e desmanda. É chata, enfadonha. Desagradável, tola. Causa-lhe problemas e
compromissos. Deixa-o tonto, preocupado, inútil, despreparado, triste e com
ânsias. Ânsia de chorar, de rir, de gritar, de enlouquecer, de falar palavrões
e palavras belas ao mesmo tempo.
A vida é casada com o Tempo. Senhor trabalhador,
fino, astuto. Despreocupado e ditador das verdade. Lúcido e consciente. Sagaz.
Misterioso. Sabe de tudo, conhece tudo.
A vida é bucólica. É uma criança que a deixa por
levar. Que diz respeito à natureza e às coisas naturais. É ingênua e inconstante.
É singela, pura.
O tempo é inocente. É uma criança de tenra idade. Não
tem noção das ações. Não é ato doloso, é ato culposo. É inofensivo, mesmo que,
às vezes, é denotado grosso e sarcástico. É ágil e rápido. É salvador e
destruidor.
A vida é mestiça. O tempo é provinciano. É o bem e o
mal. É o bom e o mau. É o conformismo e o inovador. É o medo e a certeza. É
referencial ou ponto de referência. É reflexão e ação. É ato contínuo ou
retardado. É erro ou acerto. É isso ou aquilo. É o sim e o não. É o paradoxo do
todo e do mundo.
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