segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O Par ímpar


A vida, às vezes, é estúpida. É uma senhora que manda e desmanda. É chata, enfadonha. Desagradável, tola. Causa-lhe problemas e compromissos. Deixa-o tonto, preocupado, inútil, despreparado, triste e com ânsias. Ânsia de chorar, de rir, de gritar, de enlouquecer, de falar palavrões e palavras belas ao mesmo tempo.

 

A vida é casada com o Tempo. Senhor trabalhador, fino, astuto. Despreocupado e ditador das verdade. Lúcido e consciente. Sagaz. Misterioso. Sabe de tudo, conhece tudo.

 
 
 
A vida é bucólica. É uma criança que a deixa por levar. Que diz respeito à natureza e às coisas naturais. É ingênua e inconstante. É singela, pura.

 



O tempo é inocente. É uma criança de tenra idade. Não tem noção das ações. Não é ato doloso, é ato culposo. É inofensivo, mesmo que, às vezes, é denotado grosso e sarcástico. É ágil e rápido. É salvador e destruidor.

 
 
 

A vida é mestiça. O tempo é provinciano. É o bem e o mal. É o bom e o mau. É o conformismo e o inovador. É o medo e a certeza. É referencial ou ponto de referência. É reflexão e ação. É ato contínuo ou retardado. É erro ou acerto. É isso ou aquilo. É o sim e o não. É o paradoxo do todo e do mundo.


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